Friday, December 31, 2010

Sonhos


Acabei de sonhar com meu pai. Nada demais. Eu chegava em casa, em Olaria, e o via saindo. Eu ficava escondido para ver o que ia fazer, para onde ia.
De repente, ele para. Parece olhar em minha direção. Escondo-me. Percebo que está olhando para sua nova companheira (nova mesmo, morena bonita, cerca de 40 anos, com roupa de academia), que está a alguns passos de mim - acho que ele não me viu, já que estou atrás de uma kombi.
Olho novamente para ele, ele conversa com uma jovem que, acho eu, é filha da companheira dele.
O sonho termina, ou melhor dizendo, eu acordo, comigo abrindo a porta de minha antiga casa - ainda carrego algum remorso por tê-la vendido - e a companheira dele vindo conversar comigo, um tanto assustada, com medo de mim.
Tantos significados.
Pode ser mais uma rememoração do caráter mulherengo de meu pai, de como ele já arrumara nova companheira - tenho a vaga impressão de que a mulher já apareceu antes em algum outro sonho com ele... talvez seja um deja vu.
Também pode ser uma tentativa de dar um final feliz para ele. Com uma família que ele ama, da forma como ele gostaria: uma mulher bonita, uma filha com quem possa exercer seu lado paternal (comigo sempre teve um certo mau-jeito, uma certa competição, um "não sei o que estou fazendo", que ele não demonstrava com as filhas de suas namoradas).
Pra mim, o sonho foi algo mais simples, uma oportunidade de rever meu pai vivo, movendo-se - isso reavivou a memória que tenho dele (não tenho vídeos, só fotos dele...).

Meu pai.

Sinto falta de ti, meu pai. Estaria orgulhoso de mim agora, com certeza, contaria que sou professor do CEFET, que já viajei pra Buenos Aires, que namoro uma moça de 22 anos - tudo isso valeria mais do que o doutorado que tenho, que o artigo que publiquei, etc.

Saudades de ti meu pai...

Que bom começar o ano te revendo, vivo! 2011 talvez será um bom ano...

Friday, May 28, 2010

Por que chorei...

Na formatura de meus alunos de Ensino Médio no CEFET, eu chorei, como há muito tempo não chorava.
Chorei porque iam embora, porque gostava muito de muitos deles (inclusive não havia ali nenhum que eu desgostasse). A vida de professor tem um lado gratificante, mas também cruel. Você convive alguns anos com algumas pessoas; as vê crescer, amadurecer; quando se acostuma com elas, quando se dá bem com elas, quando gosta delas...

se vão.

Estranho, porque no ano seguinte, você conhece novas pessoas, se acostuma, se adapta, gosta e...

elas se vão.

Quando comecei a dar aula, no Supletivo, eu tinha 27 anos e meus alunos 15/30/5o. No município, em 2001, eles tinham 13/14 e eu 30 anos. Hoje, meus alunos continuam estando na faixa dos 15, mas estou com quase 40.

Quase quarenta.

O tempo passa e me pergunto: como será envelhecer no meio de jovens?
Medo (hoje eles falam assim, sem pronome e nem verbo)

Espero encontrar a resposta no viço, no vigor, no estímulo, na juventude de meus alunos. Alunos como Hanna, Jéssicas, Débora, aquelas que manifestaram grande simpatia por mim - simpatia compreensiva, fiquei feliz por ver que mesmo sendo difícil, fui compreendido - bem como também agradeço o carinho silencioso, a atenção sincera, o silêncio forçado, o sono incontido, a conversa desregulada de todos os outros. Gostando ou não, o que fizemos em sala de aula, fizemos juntos e lembraremos sempre.

Foi muito boa essa jornada com vocês, geração 2007, começamos um período juntos. Vocês terminaram sua jornada cefetiana, a minha mal começou... Já sinto saudades...

Monday, May 17, 2010

"A Rainha" e o uniform de Spock

Vi esse filme no ano passado, acho que foi no TNT. Não o vi no cinema, agora não me lembro porque, apesar de ter sido indicado para Oscar, etc e tal. A história não chamou minha atenção. Assistindo-o na TV mudei de opinião. O filme fala sobre a defasagem entre visões de mundo e estilos de vida, fala sobre a dificuldade de se adaptar a mudanças - bem como sobre a reduzida percepção pela qual a mudança vê o passado que se vai (para ela, ele é meramente arcaico) -, a incapacidade de se comunicar e de se desenvolver empatia pelo que não se conhece, ou não se entende.
Seguir horários, tentar honrar compromissos, obedecer as regras, defendê-las (mesmo que isso seja estranho e/ou doloroso para mim/outros), etc., essas atitudes são arcaicas e estranhas hoje. Adotá-las, me torna arcaico, um dinossauro, incapaz de interagir com aqueles que não compartilham dos mesmos parâmetros.
Fui a uma festa a fantasia nesse final de semana, primeira vez que ia em algo do gênero. Com que roupa eu fui? Com o uniforme do Spock. Serei parecido com ele? Frio, insensível, distante? Pensava que não, mas talvez eu seja Spock. Pensei que não era, embora deva concordar que, no início da adolescência, via possibilidades no caminho vulcano: lógica. Uma pena não conseguir me concentrar para alcançar a lógica das coisas.
Na adolescência, percebi que teria que mudar, e assim o fiz, na verdade o faço. Processo lento e nunca concluído, a mudança, transformação pessoal, é sempre complexa e nunca coompleta.
Espero poder mudar mais e melhor, contando com o apoio daqueles que gostam de mim.

Friday, February 19, 2010

Laísa,
Essa pessoinha linda, ou "muito linda", como costumo falar entrou na minha vida de repente.
Foi surpresa.
As chances de nos conhecermos eram mínimas, nem éramos o que procurávamos um pro outro, mas nos encontramos.
A primeira vez que nos falamos foi no dia 15 de outubro e, desde então não ficamos um dia sem nos falarmos, nem que seja por Orkut, MSN ou GoogleTalk.
Como uma pessoa que me era tão distante e tão diferente se tornou tão presente e, cada vez mais, necessária?
Não sei explicar. Alguns motivos são óbvios: atração, gostos próximos, características opostas que se completam, etc.
Melhor dizendo, acho que sei explicar sim. Sua meiguice, sua meninice,sua feminilidade, sua determinação, sua fragilidade, seus defeitos e suas qualidades.
Todas essas coisas me fazem apreciar sua companhia, ouvir sua voz, sentir sua pele, etc.
Ela me faz querer viver, ser feliz, sendo mais feliz ao lado dela - percebo isso claramente quando viajamos e ficamos 4, 5 dias fora. Juntos. A companhia dela nunca me cansa, nem mesmo quando surgem problemas, suas reclamações (tão poucas, tão pequenas e tão justas) não me incomodam. Sinto-me estranho sem a companhia dela quando voltamos.
Juntos, nossos dias sao sempre felizes, mesmo quando não são perfeitos. Ela me deixa pra cima!
Gosto disso, ela desperta um lado bom de mim. Sinto-me protetor, companheiro, namorado, amigo, amante, conselheiro, mimado, etc.
É muito bom estar com ela. Também me sinto feliz por vê-la feliz, quero que ela se sinta bem estando comigo.



Ela me despertou novamente a vontade, e a determinação, de ter alguém pra mim.
Quero vc, Laísa!