Friday, March 16, 2007

Elegia à uma desconhecida.

Texto colocado em um perfil na Internet

"SE VCS QUEREM AJUDAR UMA CABISTINHA QUE ACABOU DE CHEGAR DE ARRAIAL DO CABO A SE LOCOMOVER, NÃO PERCA SEU TEMPO. ADORO PRAIA, TODOS OS FINAIS DE SEMANA COM SOL ESTOU LÁ MARCANDO PONTO! MORO EM COPACABANA, TRABALHO NO CENTRO E FAÇO FACULDADE NA ESTÁCIO DE SÁ."

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Acidente na Barra da Tijuca mata três

12/03 - 10:42, atualizada às 13:09 12/03 - Redação

RIO DE JANEIRO - O motorista de um Palio verde perdeu a direção e colidiu contra um poste na Avenida Ayrton Senna, na Barra da Tijuca, no acesso à Linha Amarela, na zona oeste do Rio, por volta das 5h da madrugada desta segunda-feira. O acidente causou a morte do motorista Alexandre Ferreira da Silva, de uma mulher ainda não identificada, e de Gláucia da Silva, que chegou a socorrida.

Gravemente ferida, Gláucia foi levada para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio, mas não resistiu aos ferimento e morreu há pouco. Seu corpo foi enviado para o Instituto Médico Legal (IML).

Segundo os bombeiros, o motorista e a mulher, que estava no banco do carona, ficaram preso nas ferragens e o teto do carro foi arrancado com o forte impacto da batida.

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Pensei em escrever aqui um pouco do que conversei com Gláucia mas depois percebi que poderia estar expondo a privacidade dela.
Só posso dizer que, após termos sido "apresentados", tivemos algumas conversas e parecia que algum relacionamento surgiria daí, exatamente o quê, seria prematuro afirmar.
Só fico com minha cabeça martelando:

"Por que?"

Por que uma jovem de 27 anos, alegre e cheia de vida...

Me recuso a escrever.

Me recuso a aceitar.

"Luto por João Hélio" vi muitos perfis no orkut com essa frase.
Lamentei por ele mas não sofri por ele.
Eu não conhecia João Hélio.
Eu não conhecia bem a Gláucia, mas estava começando a conhecer...
Como a m. (Me recuso a escrever.), a partida de alguém que mal conhecemos pode nos afetar assim. Tomei conhecimento da existência dela no dia 26 de fevereiro - se ela tivesse m. (Me recuso a escrever.) um dia antes sua ausência teria sido a mais total inexistência para mim.

Mas agora ela existe.
Quer dizer, não existe mais.

Acabei de falar com Ney, meu ex-aluno do curso de Psicologia e amigo - sua esposa, Raquel, minha ex-aluna do curso de Psicologia e amiga tinha me chamado pra sairmos juntos - e lhe relatei o ocorrido.

Ele não conhecia Gláucia, acho que nem cheguei a lhe dizer seu nome, mesmo assim ele também ficou aturdido.

Como uma pessoa praticamente desconhecida pode provocar tantos sentimentos...

Lamento Gláucia.
Lamento não ter podido te conhecer melhor.

1 comment:

Alexei Fernandes said...

. Caro amigo, a m.(vou respeitá-lo em não dizer) de alguém pode entrar em uma espécie de sintonia com a m.(em respeito) que um dia será a nossa.
. Digamos que há, em cada tópico da vida, uma vibração (como que a corda de um violão). Um dia tocamos em Lá, outro em Ré e até chegamos a tocar em Dó.
. "Lá" haveria tudo de bom.
. "Mi" amedronta não saber ao certo.
. "Ré" é a infância revivenciada.
. "Dó" da pena sobre a impotência.
. "Fá"(laremos) diremos aos 4 ventos.
. "Si" são as possibilidades.
. "Sol" ...
. "Sol" ...
. ESTE ESTARÁ BRILHANDO SOBRE NÓS, DIA APÓS DIA, SAIBAMOS OU NÃO, QUEIRAMOS OU NÃO, ESTEJAMOS ATIVOS BIOLOGICAMENTE OU NÃO.
. Posso dizer que a certeza vem do alto, mas, não está em nós a capacidade de vibrarmos em sintonia com ela. A vibração das coisas que são paupáveis, que são percebidas por nossos órgãos dos sentidos, é nossa sina.
. Outra coisa posso também dizer: hoje o "Sol" está sendo uma possibilidade verdadeira, então, toquemos novamente nossa canção !!!