Saturday, March 25, 2006

Você me faz querer ser um homem melhor





"Melvin Udall: I've got a really great compliment for you, and it's true.

Carol Connelly: I'm so afraid you're about to say something awful.

Melvin Udall: Don't be pessimistic, it's not your style. Anyway, here goes: I've got this, what, ailment. Now, my doctor, this shrink I used to go to all the time, says that in fifty to sixty percent of cases, a pill really helps. I HATE pills, hate them. I'm using the word "hate" about pills. Anyway, my compliment to you is the night after you came over and said that you would never... well, you were there, you know what you said. Anyway, the very next morning, I started taking the pills.

Carol Connelly: I don't quite get how that's a compliment for me.

Melvin Udall: YOU MAKE ME WANT TO BE A BETTER MAN.

Carol Connelly: ...That's maybe the best compliment of my life.

Melvin Udall: Well maybe I overshot a little, because I was aiming at just enough to keep you from walking out."

As pessoas dizem que sou frio, dizem que sou racional, dizem que sou pragmático, que sou insensível.

Também tenho meu lado quente, irracional, descuidado e sensível. Essa cena, do filme "As good as it gets" (Melhor Impossível) é, na minha opinião, a melhor declaração de amor que um homem pode fazer para uma mulher. Poder dizer "eu quero ser um homem melhor", não por você mas pela pessoa que você ama, é um grande ato de entrega; a pessoa teve coragem de fazer pelo outro o que não teve força de vontade para fazer por si mesmo. É amar mais o outro do que a si próprio, é descobrir o amor próprio por causa do outro. É o amor pelo outro gerando o amor por si mesmo, logo não é um amor egoísta mas sim um amor que é troca porque sendo dado, ele é recebido.

É uma pena que seja difícil encontrar uma mulher digna de tal dádiva - não que elas não existam mas já estão comprometidas, ou estão presas a algum "homem do passado" ou estão fascinadas por algum canalha que não lhes dá atenção e que pensam poder transformar no seu "homem do futuro".

O ser humano é realmente MUITO estranho. Todos somos.

Monday, March 20, 2006



Bem, como pode-se prever, esse sou eu.

Não de todo feio.

Apresentável e, particularmente na minha opinião (totalmente desinteressada), acho que até atraente - embora fora dos padrões atuais.

Uma vez, minha professora de francês me disse que eu tinha cílios longos, bonitos. Enquanto ela falava isso satisfeita, me fazendo um elogio - afinal, eu era (segundo ela) a cara do seu ex-noivo e amor da sua vida - eu me percebia pensando:

"Que mulher hoje em dia está a fim de ficar vendo cílio de homem?"

Como já dizia Roberto Carlos (o cantor, não o jogador):
"Eu sou aquele amante à moda antigaDo tipo que ainda manda floresAquele que no peito ainda abrigaRecordações de seus grande amores.
Eu sou aquele amante apaixonadoQue curte a fantasia dos romancesE fica olhando o céu de madrugadaSonhando abraçado à namorada.
Eu sou do tipo de certas coisasQue já não são comuns nos nossos diasAs cartas de amorO beijo na mãoMuitas manchas de batom daquele amasso no portão.
Apesar de todo o progressoConceitos e padrões atuaisSou do tipo que na verdadeSofre por amor e ainda chora de saudade.
Porque sou aquele amante à moda antigaDo tipo que ainda manda floresApesar do velho tênis e da calça desbotadaAinda chamo de querida a namorada. "

PS: Desculpa, me esqueci de você Erasmo (o que seria de RC sem EC?) Posted by Picasa

Saturday, March 18, 2006

Tão perto, tão longe.

"Carta a Meu Pai" de Franz Kafka

Nesse desabafo, nunca enviado a seu pai, Kafka fala muito do que eu falaria a meu pai; porém, da mesma forma que ele escreveu mas não enviou, eu penso mas não falo.
"A esta tua usual representação, eu a considero correta apenas naquilo que diz respeito à tua ausência de culpa em nosso afastamento. Mas também igualmente isento de culpa estou eu. Se pudesse alcançar que reconhecesses isto, seria possível, talvez não uma existência nova, para isso estamos ambos demasiado velhos, mas sim uma espécie de paz, não um cessar, mas sim um atenuamento de tuas contínuas censuras."
Como pessoas unidas pelo sangue podem se separar por causa de personalidades diferentes.
O estranho é que acredito que, tanto ele quanto eu, gostaria que nos gostássemos mais.
Querer nem sempre é poder, nem sempre o que se pode fazer é o que deve ser feito e às vezes, quando o fazemos, não é certo de que será bem sucedido.
Se existem outras vidas, talvez resolvamos nossas pendências na próxima, meu pai.

Wednesday, March 15, 2006



"Minha Falha Fatal (My Fatal Flaw)
Quanto mais as coisas mudam, mais parecem as mesmas. Eu não estou certo quem foi a primeira pessoa a ter dito isso. Provavelmente Shakespeare. Ou talvez Sting. Mas neste momento, é a sentença que explica melhor minha falha trágica: minha inabilidade de mudar. Eu não penso que estou sozinho nisto. Quanto mais conheço as pessoas, mais percebo que é o defeito de todos. Ficar sem mudar pelo máximo de tempo possível, ficar imóvel... Nos faz sentir bem. E se você está sofrendo, pelo menos a dor é conhecida. Porque se você toma uma iniciativa, se abre, ou faz algo inesperado... Quem sabe que outra dor está esperando por você? Há a possibilidade de ser pior. Então você mantém seu status que... Escolhe a estrada já trilhada. Não parece tão ruim, em relação aos defeitos. Você não é viciado em drogas, não matou ninguém... Exceto talvez você mesmo um pouco. E quando finalmente mudamos, não acho que seja como um terremoto ou uma explosão, e de repente somos uma pessoa diferente. Acho que é menos que isso... O tipo da coisa que poucas pessoas percebem... Só se observarem bem de perto. Fato que, graças a Deus, elas nunca fazem. Mas você percebe. Dentro de você, essa diferença é enorme. E espera que se torne a pessoa que você será para sempre... Para que você não tenha que mudar de novo. "

Everwood, episódio "East Meets West"

Pelo visto não sou o único que pensa assim.

Sunday, March 12, 2006

O primeiro de muitos?















Não sei bem porque estou aqui.
Talvez porque esteja só.

Não, isso é mentira. Não estou só. Ainda compartilho minha casa com meu pai. Ainda tenho uma agenda com muitos telefones de pessoas que reclamam que não ligo para elas (o que é verdade, devo reconhecer). Ainda tenho mais de 100 amigos no Orkut. Ainda por cima convivo com cerca de 400 alunos.

Como posso estar só?

Talvez porque esteja me sentindo só.